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sexta-feira, 6 de outubro de 2023

O meu discurso da sessão de lançamento do livro “Ultramar Colonial (1961-1974). O Modo Português de Fazer a Guerra”

 

DISCURSO DA SESSÃO DE LANÇAMENTO DO LIVRO

“Ultramar Colonial (1961-1974). O Modo Português de Fazer a Guerra”

Excelentíssimo Senhor Tenente-General Chito Rodrigues 

Excelentíssimo Senhor Diretor-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, Dr. Silvestre Lacerda

Excelentíssimos Senhores Generais

Excelentíssimos membros da mesa de honra, MGen Aníbal Flambó, Coronel Carreira Martins e Doutor Francisco Abreu  

Caros camaradas, amigos, minhas senhoras e meus senhores, ilustres convidados, bem-vindos a esta sessão de lançamento do livro: “Ultramar Colonial (1961-1974). O Modo Português de Fazer a Guerra”.

É uma honra estar aqui presente perante tão distinta plateia e dirigir-vos algumas palavras. Primeiro, de agradecimento e, posteriormente, sobre a obra que nos reúne aqui.

Aproveito a oportunidade para agradecer o apoio incondicional e o companheirismo de um conjunto de pessoas que muito estimo e sem as quais esta obra não chegaria a ver a luz do dia.

Primeiramente, quero agradecer ao Coronel Carreira Martins pela magnífica apresentação da obra e ao qual estou sinceramente grato e reconhecido pelo precioso apoio, camaradagem e amizade nesta jornada, que agora chega a bom porto. Ao Major-General Aníbal Flambó todo o apoio que prestou à publicação desta obra, tanto a nível institucional como a nível pessoal; agradeço à Dra. Fernanda Nunes o seu contributo incondicional na leitura atenta dos textos sempre com oportunas sugestões e motivação constante, a fim de alcançar o almejado resultado final. Aos meus camaradas, que servem no Arquivo Histórico Militar, especialmente, ao Major Hélder Alves e à Sargento-Ajudante Marta Sintra pela disponibilidade demonstrada e pela inexcedível e prestimosa colaboração. À Dra. Susana Pinheiro pela dedicação e ajuda na construção dos índices automáticos e dos gráficos. Ao Dr. António Pais, à Dra. Sara Loureiro e à Dra. Ana Cristina pela ajuda na investigação documental e nas bases de dados do Arquivo.

Agradeço a colaboração da Investigadora Luísa Amaral e do Capitão-de-mar-e-guerra Miguel Judas no apuramento dos dados relativos aos antigos combatentes; à Doutora Ana Vaz Milheiro pelas várias conversas acerca do livro e sugestões nas abordagens, principalmente relacionadas com a questão dos “Aldeamentos”, assim como pelo apoio institucional à publicação desta obra, no âmbito do projeto Archwar. Agradeço, muito particularmente, ao Coronel Aniceto Afonso os inestimáveis contributos na produção deste trabalho e o excelente prefácio que em muito valoriza a obra, tendo em conta a sua experiência militar e o seu extraordinário conhecimento académico sobre a História Militar. Por último, quero agradecer, à minha família a compreensão e o apoio que me proporcionou desde o início desta longa jornada.

Sobre a Obra

A obra hoje apresentada resultou de um processo de investigação, enriquecimento permanente, de estudo e análise, principalmente de documentos originais produzidos pelas Forças Armadas Portuguesas, no âmbito da Guerra em África (1961-1974).

Os documentos estudados pertencem, principalmente, ao Exército e encontram-se disponíveis no Arquivo Histórico Militar, especialmente no que respeita aos Capítulos que tratam: o início da Guerra do Ultramar, o Modo Português de Fazer a Guerra e os Três Teatros de Operações: Angola, Guiné-Bissau e Moçambique.

Não obstante, foram realizadas vastas leituras e referências a trabalhos já publicados. Portanto, não se trata de uma obra de pura doutrina positivista pois contém a visão do Exército, à época, e o caráter sempre subjetivo que o autor lhe impõe.

A obra apresenta-nos inicialmente uma contextualização da Guerra em várias vertentes:

- No plano geopolítico, onde Portugal se debateu com as influências e interesses internacionais num contexto hostil e complexo;

- A importância estratégica das Províncias Ultramarinas num contexto de Guerra Fria;

- A independência de novos países africanos limítrofes das Províncias Ultramarinas;

- A subversão fomentada pela União Soviética, no quadro de uma política internacionalista e a crescente influência da China em África;

Este livro apresenta-nos “o Modo Português de Fazer a Guerra” pelas Forças Armadas Portuguesas, que conceberam e concretizaram uma nova forma de fazer a guerra num contexto político-militar de elevada complexidade.  

Pretendemos demonstrar que a estratégia de ação psicológica foi fundamental na conquista das populações. Assim, a promoção económico-social passou a ser a verdadeira luta, com o grande objetivo de impedir e subtrair a iniciativa ao processo subversivo.

Simultaneamente, usou-se a força da razão e a força das armas, garantindo uma manobra bem planeada de contra-subversão.

As ações psicológicas fundaram-se, de uma forma geral, no apoio à educação, no apoio sanitário, na construção de obras públicas, nas infraestruturas, nos transportes e na mobilização das populações, visando a proteção e o desenvolvimento das condições de vida.

O Povoamento Estratégico, a par do Recrutamento Local, foram dois vetores essenciais que caraterizaram “O Modo Português de Fazer a Guerra”.

Como resultado da ação psicológica e a falta de recursos humanos, o recrutamento local aumentou exponencialmente, tendo atingido valores na ordem dos 50% de indivíduos recrutados localmente.

A finalidade última da estratégia de ação psicológica seria garantir o tempo suficiente para se alcançar uma solução política, anulando as razões básicas da subversão e assim conquistar os corações e as almas da população.

O impacto da Guerra do Ultramar estendeu-se por um período de 13 anos e determinou a forma como a ditadura portuguesa do Estado Novo havia de cair a 25 de abril de 1974. Ainda hoje está presente nas famílias e na sociedade portuguesa.

Esperemos que todos os leitores desfrutem da obra “Ultramar Colonial (1961-1974). O Modo Português de Fazer a Guerra”.

E mais uma vez, obrigado pela vossa presença.

Bem Hajam!

 

Lisboa,29 de setembro de 2022

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Ultramar Colonial (1961-1974). O Modo Português de Fazer a Guerra.

A Guerra do Ultramar foi um acontecimento de enorme impacto na sociedade e na política portuguesas das décadas de 1960 e 1970. Determinou a forma como a ditadura portuguesa do Estado Novo havia de cair a 25 de Abril de 1974. Este livro mostra-nos que os militares portugueses, de 1961 a 1974, conceberam e concretizaram uma nova maneira de fazer a guerra num contexto político-militar de elevada complexidade.

A obra tem o prefácio do Coronel Aniceto Afonso: “Cunha Roberto apresenta-nos um trabalho sólido, com várias linhas de enquadramento que se fundam na leitura direta dos documentos produzidos pelas Forças Armadas.”
Contou com o apoio institucional da Direção de História e Cultura Militar (Exército) e do projeto ArchWar (ISTE/FCT).




Ultramar Colonial (1961-1974)
O modo português de fazer a guerra
ISBN: 9789725594452Ano de edição: 07-2022Editor: ManufacturaIdioma: PortuguêsDimensões: 160 x 230 x 17 mmEncadernação: Capa molePáginas: 308Tipo de Produto: LivroClassificação Temática: História  >  História Militar